Crédito: Divulgação Instituto Boto-Cinza |
Cadastrar pescadores artesanais e reforçar a fiscalização da pesca predatória na Baía de Sepetiba. Essas foram algumas medidas apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) à Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) como mecanismos para evitar a extinção dos botos-cinza da região, em audiência pública realizada nesta quinta-feira (03/03).
Procuradora da República no município de Angra dos Reis, Monique Cheker acredita que precisa haver um controle maior na região. “O problema não está nos pescadores artesanais, mas é evidente que a principal causa da morte dos botos hoje são as redes de espera. As empresas podem sentar com os pescadores e verificar medidas alternativas de sobrevivência”. Em fevereiro, o Ministério Público enviou uma recomendação para o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e a Capitania dos Portos tomarem providências.
Presidente da comissão, o deputado Thiago Pampolha (PTC) afirmou que o próximo passo será reunir os pescadores da Baía para ouvir suas reivindicações. Pampolha também destacou a responsabilidade das empresas instaladas na área para a manutenção do equilíbrio ambiental. “Precisamos ouvir as empresas, junto aos órgãos licenciadores, para identificar que iniciativas colaborativas desses empreendimentos para realmente evitar o fim da espécie”, afirmou.
Crédito: Thiago Lontra/Alerj |
O instituto considera que os empreendimentos obrigam os pescadores a se deslocarem para os locais onde se concentram os botos, que acabam ficando presos em redes de espera. A pesca clandestina de barcos de fora do Estado do Rio também é um agravante. “Os empreendimentos, somados à expansão do Porto de Itaguaí, têm diminuído a zona pesqueira. Temos um conflito socioambiental que não só está afetando a fauna marinha, mas todos os atores do entorno”, disse Leonardo.
Já o secretário municipal de Meio Ambiente de Mangaratiba, Cláudio Maia, acredita que o pescador artesanal não pode ser responsabilizado pela extinção dos botos. Segundo ele, o prejuízo ambiental decorre das explosões subaquáticas e o despejo de sedimentos nas águas pelas empresas, como a Vale, que já foi multada em R$ 10 milhões. “O pescador artesanal e o boto-cinza sempre conviveram harmonicamente, e não é nem economicamente viável para o pescador capturar um boto. O que vem ocorrendo, na verdade, é um mix de empreendimentos com pouco controle dos órgãos de fiscalização”, explicou.
Também participaram da reunião o vice-presidente do Inea, José Maria Mesquita, e os deputados Dr. Julianelli (Rede) e Tio Carlos (SDD).
Fonte: alerj.rj.gov.br
Saiba mais sobre o Boto-Cinza: www.institutobotocinza.org
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